A CHUPETA
Bem haja minhas senhoras
Bem haja minhas senhoras
Senhores e mocidade
Senhores e mocidade
Aqui vão mais umas quadras feitas a minha vontade
Que servem de desabafo e falam muita verdade
Pra todos os pequeninos
Pra todos os pequeninos em que a vida é um vaivém
Em que a vida é um vaivém
E para todos os velhinhos eu vos saúdo também
Pra todos os benfeitores, a graça da Virgem mãe
Pra aquele trabalhador e
Pra aquele trabalhador que labuta dia a dia
Que labuta dia a dia
Ganhando o pão com suor, por vezes numa agonia
Que Deus te ajude meu velho e seja sempre o teu guia
Pior é quem se magoa
Pior é quem se magoa
Fingidos nuns certos jeitos
Fingidos nuns certos jeitos
Coitados vão de bengala sofrendo muitos efeitos
E muitos que já receberam, até já andam direitos
E agora é para as más línguas
E agora é para as más línguas
Que eu me expresso e não minto
Que eu me expresso e não minto
Já canto a vosso respeito para dizer o que eu sinto
Mas recomendo apertar com segurança o seu cinto
Falais, falais e não paras
Falais, falais e não paras e muito queres saber
E muito queres saber e
Será que não tendes vida nem nada para fazer
Parece que a vossa comida vêm do ouvir e dizer
A respeito de falar e
E a respeito de falar essas más línguas de espora
Essas más línguas de espora
Precisam é trabalhar dias e noites sem hora
E pararem de chupar nessa chupeta de agora
Coitado de quem as ouve
Coitado de quem as ouve e eu muito já engoli
E eu muito já engoli
Mas mais coitado e quem fala sem primeiro olhar para si
Essas más línguas do mundo, são cegos que andam para aí
E ainda vão a igreja
E ainda vão a igreja e tomam a comunhão
E tomam a comunhão
E logo depois da missa lá vão juntinhos então
Falando mal de uns e d'outros longe de terem razão
Afirmam o que não sabem e julgam-se gente cristão
No dizer e desdizer
No dizer e desdizer há mesmo algum atrevido
Há mesmo algum atrevido
Que aparece às vezes nu a rir-se de um mal vestido
Não toma conta da vida, parece mulher sem marido
Beata que anda na rua a ver quem lhe da ouvido
Desculpai meu desabafo
Desculpai meu desabafo eu canto assim não me enervo
Eu canto assim não me enervo
É algo que sai de mim num pranto que se reserve
Mas se acham que isto é sapato pois este serve a quem serve
Desculpai a brincadeira
Se eu, alguém ofendi desculpai a brincadeira
Desculpai a brincadeira
São simplesmente cantigas que até levantam poeira
Mais uma vez desculpai e adeus até a primeira
A todos um forte abraço cá deste amigo Ferreira